Bea e Ben parecem o casal perfeito, mas depois de um primeiro encontro incrível, algo acontece que transforma sua atração ardente em gelo – até que eles se encontram inesperadamente juntos em um casamento na Austrália. Então eles fazem o que dois adultos maduros fariam: fingem ser um casal.
Em uma era cinematográfica dominada por dramas intensos e narrativas complexas, “Todos Menos Você” emerge como uma refrescante e ousada comédia romântica que não tem medo de abraçar tanto o humor adulto quanto a doçura característica do gênero. Este filme, com sua classificação R, pode ser descrito como uma versão mais atrevida e realista dos filmes Hallmark, com a diferença significativa de que seus personagens principais compartilham uma química palpável não apenas emocional, mas também física.
Central para o sucesso do filme é a dinâmica entre Glen Powell e Sydney Sweeney, cujas atuações são nada menos que magnéticas. Powell, já conhecido por seu papel encantador em “Set It Up”, leva sua versatilidade para novos patamares com uma entrega corajosa ao humor físico e situações exageradas. Sweeney, por sua vez, traz uma complexidade que contrasta com sua beleza estonteante, consolidando sua posição como uma atriz capaz de transcender os papéis pelos quais é mais conhecida em produções mais sombrias como “Euphoria” e “White Lotus”.
O filme, no entanto, não está livre de falhas. Seu enredo, por vezes, navega por águas turbulentas com o uso excessivo de mal-entendidos como mecanismo para impulsionar a trama, um clichê que tem sido amplamente criticado por subestimar a inteligência do público. Além disso, certos diálogos e aspectos do roteiro não se encaixam perfeitamente, criando momentos de desconexão que podem distrair os espectadores da história principal.
Apesar desses desafios, “Todos Menos Você” consegue capturar a essência do que faz uma comédia romântica ser memorável: a capacidade de provocar risadas genuínas e deixar o público com um sentimento de alegria. Este filme é um testemunho do apelo duradouro do gênero, provando que há um lugar especial no coração dos espectadores para histórias que, embora possam flertar com o absurdo, falam de amor, conexão e a beleza de se perder em um mundo onde o final feliz é garantido.
“Todos Menos Você” é, em última análise, uma celebração do escapismo saudável, uma lembrança de que, em um mundo cheio de desafios e complexidades, há valor inestimável na simplicidade de uma história bem contada que é capaz de tocar nossos corações e provocar nosso riso. Enquanto críticos “sérios” podem desdenhar do gênero, este filme demonstra claramente que a comédia romântica tem um lugar cativo na cultura popular, atendendo a um desejo universal por histórias que nos levantem o espírito e nos lembrem das alegrias simples da vida.